Poemas escritos em português, nas penitenciárias de Foz do Iguaçu, se disseminam em espanhol, em diversos sotaques, vozes e corpos, graças a poetas, ativistas e acadêmiques que fazem parte da Red Feminista Anticarcelaria de América Latina . A seguir, apresentamos a segunda parte de uma seleção de poemas, em formato bilíngue português-espanhol, do livro Antologia 2022 – Direito à Poesia , acompanhada de vídeos com as leituras em ambos os idiomas. As versões em português são lidas por integrantes e colaboradorxs do Direito à Poesia , e as versões em espanhol, por integrantes de outras coletivas da Red Feminista Anticarcelaria de América Latina . As traduções foram realizadas coletivamente pelo Laboratório de Tradução da UNILA . Nelas, como é costume no Laboratório , evitou-se neutralizar o espanhol. Por isso, foram preservadas marcas territoriais dos locais de origem de algumas das tradutoras: no caso de "Pensamento do dia", há traços do espanhol ...
A prisão como lugar de conhecimento, como lugar de potência criativa. A prisão como um espaço a partir do qual pensar e abrir fendas nos muros que aprisionam e asfixiam quem se encontra tanto de um lado das grades como do outro. Esse espaço onde se atira o que deve ficar de fora -outra das tantas formas do quarto de despejo- é também um lugar para imaginar foras.