Poemas escritos em português, nas penitenciárias de Foz do Iguaçu, se disseminam em espanhol, em diversos sotaques, vozes e corpos, graças a poetas, ativistas e acadêmiques que fazem parte da Red Feminista Anticarcelaria de América Latina . Esses poemas fazem parte do livro Antologia 2022 – Direito à Poesia , lançado na Universidade da Integração Latino-Americana (UNILA) em março de 2024, em um evento que contou com a presença de quatro das autoras. Foi a primeira vez na cidade de Foz do Iguaçu que mulheres privadas de liberdade foram autorizadas a participar do lançamento de um livro. A seguir, apresentamos a primeira parte de uma seleção de poemas do livro, em formato bilíngue, seguidos de vídeos com a leitura dos versos em espanhol, pelos integrantes da Red Feminista Anticarcelaria de América Latina . As traduções foram realizadas coletivamente pelo Laboratório de Tradução da UNILA . O primeiro poema, “Libras”, de Jennifer Alecrim, foi traduzido não apenas do...
A escrita e o fora
A prisão como lugar de conhecimento, como lugar de potência criativa. A prisão como um espaço a partir do qual pensar e abrir fendas nos muros que aprisionam e asfixiam quem se encontra tanto de um lado das grades como do outro. Esse espaço onde se atira o que deve ficar de fora -outra das tantas formas do quarto de despejo- é também um lugar para imaginar foras.